A Silvicultura próxima da natureza, como silvicultura de base natural, favorece a conciliação da economia com a ecologia contribuindo para uma floresta sustentável, multifuncional, integrada e rentável.
Constitui um modo de intervenção que possibilita conjugar elementos ecológicos, económicos e sociais, fazendo uso de procedimentos e técnicas que actuam em conformidade com os processos naturais a diferentes escalas, na regeneração e condução dos povoamentos florestais, respeitando o equilíbrio dos sistemas naturais e considerando o ecossistema florestal como um todo.
Promove estratégias que procuram a manutenção e utilização dos ecossistemas florestais de modo a que as funções ecológicas e sócio-económicas sejam sustentáveis e viáveis. A abordagem geral inclui os bens e os serviços do ecossistema.
A silvicultura próxima da natureza procura garantir e conjugar as seguintes quatro principais funções e benefícios:
conservação da biodiversidade
proteção do solo e do microclima florestal
produção de bens lenhosos e não-lenhosos
promoção do recreio, do lazer e dos aspetos culturais
Defende uma silvicultura multifuncional, promovendo a integração de diferentes funções. Propõe uma silvicultura com respeito pelos equilíbrios biológicos, a integridade e o funcionamento do ecossistema florestal, promovendo a sua produtividade e perenidade. Abrange atributos e processos em diferentes escalas. A salvaguarda pelas funções ecológicas e de conservação é considerada essencial para a continuidade económica.
Promove uma silvicultura com vista a uma melhoria do valor total dos povoamentos florestais e um rendimento económico sustentável, procurando assegurar as condições naturais. Possibilita interessantes contributos para a sustentabilidade nas suas diferentes vertentes, com benefícios para o proprietário florestal, a sociedade e o meio ambiente em geral.
A silvicultura próxima da natureza, com os seus primórdios em França, tem uma longa tradição na Europa e tem tido um grande interesse em diferentes contextos e geografias por toda a Europa pela sua aproximação aos processos naturais e aos seus benefícios económicos, ecológicos e sociais.
Através de uma silvicultura sustentável, no reforço da qualidade e proteção do meio natural, atende aos seguintes principais aspetos:
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Biodiversidade – Fundamental para o funcionamento do ecossistema florestal, sua estabilidade, capacidade de adaptação e restauração. Para além do seu valor intrínseco, é essencial ao nível ecológico e traz muitos benefícios para as condições de vida humana e a economia pelos bens e serviços a que está associada. |
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Solo – Constitui a base para a durabilidade do povoamento florestal e da sua produtividade. A sua conservação e melhoria são importantes a vários níveis (contributo para a biodiversidade, conservação da água, produção florestal, armazenamento de carbono, luta contra a desertificação, …). |
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Água – Elemento essencial para os processos biológicos e ecológicos, sendo importante a conservação e a qualidade da água como recurso indispensável. |
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Paisagem – Contribui para a melhoria da qualidade de vida e para o turismo, a partir da preservação e melhoria da paisagem florestal para o desenvolvimento de actividades privilegiadas das populações rurais e urbanas. |
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Responsabilidade ecológica – Característica central da actividade da silvicultura, onde o desenrolar das suas ações, a produção florestal e o rendimento económico sejam realizados de modo ecologicamente sustentável. |